Mensagem da Cabocla Jurema

MENSAGEM DA CABOCLA JUREMA.
O AMOR
" É através do amor,
Aprender a amar é o grande trabalho a ser realizado.
Descobrimos, então, que a nossa alegria é a alegria de todos,
Aprendemos que tudo que fazemos aos outros
Se ajudamos aos nossos irmãos estamos também nos ajudando.
Enquanto o último de nós não encontrar seu caminho,
Ajudar aos outros é ajudar a si mesmo.
Amar aos outros é também amar a si mesmo.
O amor é a única força que se renova.
Quanto mais se dá, mais se torna forte.
Só ensinando podemos aprender, só dando podemos receber.
Fortalecendo nosso irmão,também receberemos dele a força
Dando de comer a quem tem fome, fortalecemos nosso irmão
Iluminando os olhos de quem precisa,
eles também nos ajudarão a enxergar nosso caminho.
Ninguém pode guardar para si um pedaço da luz.
Se a luz é trancada ela se transforma em escuridão.
A luz só vive no coração aberto.
Quem ama vive na paz e a paz é luz.
A tempestade só reina na escuridão,
ela nunca vem enquanto o sol está brilhando.
Vivemos na luz, vivemos na paz.
Quem vive na luz ilumina os caminhos escuros
Ela afasta os sentimentos escuros do nosso coração
E um coração iluminado é como uma casa limpa,
Se o nosso coração está iluminado,
Nossa alma é como um jardim
O caminho é um só para todos.
Só se pode receber ajuda
Só se dá valor a um presente quando se precisa dele.
Saber separar aquilo que queremos daquilo que re
almente precisamos,
E Deus é Luz e Paz.
É o verdadeiro Amor!"

sábado, 27 de abril de 2013

Orixá Oxóssi.


Oxóssi




Oxóssi é o orixá da caça e da fartura. É identificado no jogo do

merindilogun pelo odu obará e representado nos terreiros de
candomblé pelo igba oxóssi.

Etimologia


"Oxóssi" veio do iorubá Òşóòsì.


África


Pierre Verger, em seu livro Orixás, diz que o culto de Oxóssi foi

praticamente extinto na região de Ketu, na Iorubalândia, uma vez
que a maioria de seus sacerdotes foram escravizados, tendo sido
enviados à força para o Novo Mundo ou mortos.
Aqueles que permaneceram em Ketu deixaram de cultuá-lo por
não se lembrarem mais como realizar os ritos apropriados ou por
passarem a cultuar outras divindades.




Brasil

Durante a diáspora negra, muitos escravos que cultuavam Oxóssi não sobreviveram aos rigores do tráfico negreiro e do cativeiro, mas, ainda assim, o culto foi preservado no Brasil e em Cuba pelos sacerdotes sobreviventes e Oxóssi se transformou, no Brasil, num dos orixás mais populares, tanto no candomblé, onde se tornou o rei da nação Ketu, quanto na umbanda, onde é patrono da linha dos caboclos, uma das mais ativas da religião.

Seu habitat é a floresta, sendo simbolizado pela cor verde na umbanda, e recebendo a cor azul clara no candomblé, mas podendo usar, também, a cor prateada nesse último. Sendo assim, roupas, guias e contas costumam ser confeccionadas nessas cores, incluindo, entre as guias e contas, no caso de Oxóssi e, também, seus caboclos, elementos que recordem a floresta, tais como penas e sementes. Seus instrumentos de culto são o ofá (arco e flecha), lanças, facas e demais objetos de caça. É um caçador tão habilidoso que costuma ser homenageado com o epíteto "o caçador de uma flecha só", pois atinge o seu alvo no primeiro e único disparo tamanha a precisão. Conta a lenda que um pássaro maligno ameaçava a aldeia e Oxossi era caçador, como outros. Ele só tinha uma flecha para matar o pássaro e não podia errar. Todos os outros já haviam errado o alvo. Ele não errou, e salvou a aldeia. Daí o epíteto "o caçador de uma flecha só".
Come tudo quanto é caça e o dia a ele consagrado é quinta-feira.
No Brasil, Ibualama, Inlè ou Erinlè é uma qualidade de Oxóssi, marido de Oxum Ipondá e pai de Logunedé. Como os demais Oxóssis é caçador, rei de Ketu e usa ofá (arco e flecha), mas se veste de couro, com chapéu e chicote. Um Oxóssi azul, Otin, usa capanga e lança. Vive no mato a caçar. Come toda espécie
de caça, mas gosta muito de búfalo. Oxóssi é a expansão dos limites, do seu campo de ação, enquanto a caça é uma metáfora para o conhecimento, a expansão maior da vida. Ao atingir o conhecimento, Oxóssi acerta o seu alvo. Por este motivo, é um dos Orixás ligados ao campo do ensino, da cultura, da arte. Nas antigas tribos africanas, cabia aocaçador, que era quem penetrava o mundo "de fora", a mata, trazer tanto a caça quanto as folhas medicinais. Além, eram os caçadores que localizavam os locais para onde a tribo poderia futuramente mudar-se, ou fazer uma roça.
Assim, o orixá da caça extensivamente é responsável pela    ransmissão de conhecimento, pelas descobertas. O caçador descobre o novo local, mas são os outros membros da tribo que instalam a tribo neste mesmo novo local.
Assim, Oxóssi representa a busca pelo conhecimento puro: a ciência, a filosofia. Enquanto cabe a Ogum a transformação deste conhecimento em técnica.
Apesar de ser possível fazer preces e oferendas a Oxóssi para os mais diversas facetas da vida, pelas características de expansão e fartura desse orixá, os fiéis costumam solicitar o seu auxílio para solucionar problemas no trabalho e desemprego. Afinal, a busca pelo pão de cada dia, a alimentação da tribo, costumeiramente cabe aos caçadores.
Por suas ligações com a floresta, pede-se a cura para determinadas doenças e, por seu perfil guerreiro, proteção espiritual e material.





Arquétipo


As pessoas consideradas filhas de Oxóssi são alegres, expansivas, preferem agir à noite, como os caçadores. São faladores, ágeis e de raciocínio muito rápido. Sabem lutar e alcançar o que almejam, como que lançando uma flecha e acertando o alvo. Sabem se controlar, mas, quando raivosos, ferem as pessoas com palavras e atitudes, como se fosse dada uma flechada. Quando amam, são zelosos e fiéis, não toleram ser enganados. São muito trabalhadores e honestos.


Qualidade de Oxóssi



• Òdé
• Otin
• Òdéarólé
• Akeran
• Ajayipapo
• Danadana
• Apáòka
• Inlè
• Irinlè
• Ibualama
• Isambu
• Karele


Sete folhas mais usadas para Oxóssi:



• Ewê odé
• Akoko
• Odé akoxu
• Etítáré
• Iteté
• Igbá ajá
• Bujê

Sincretismo


No Rio de Janeiro e em São Paulo, é sincretizado com São Sebastião. Em Salvador, no dia de Corpus Christi, é realizada uma missa, chamada de missa de Oxóssi, com a participação das ialorixás do candomblé da Casa Branca do Engenho Velho da Federação.


Cuba


Oxossi (ou Odé ) é um orixá da santeria cubana. Representa o caçador infalível.

Odé é uma das deidades da religião yoruba. Na santeria, é sincretizado com São Alberto Magno e São Norberto.
Particularmente em Santiago de Cuba, é "Santiago Arcanjo".

Resumo


Odé é o orixá caçador.


O Orixá


É considerado mago ou bruxo. Faz parte dos orixás guerreiros. Suas cores são o azul e o coral.

Família Filho de Obatalá e Yembó. Irmão de Xangô, Ogum, Eleggua. Esposo de Oxum, com quem teve o filho Logunedé.


Oferendas e danças

Sacrificam-se pombas, cabritos, galos, codornas, frangos, veados, galinhas-d'angola, cutias etc.



Odé no Batuque

ODÉ é o orixá das matas e florestas onde vive a caçar; é o protetor dos caçadores; seus filhos são espertos, rápidos e atentos.


• símbolo é o arco e flecha e a lança

• cor é o azul marinho,
• dia da semana é segunda-feira,
• sincretismo no sul é com São Sebastião.


Oxossi na Umbanda

Oxóssi na Umbanda é considerado patrono da linha dos caboclos, atuando para o bem-estar físico e espiritual dos seres humanos.

Segundo esta religião, Oxóssi é figura representativa de uma das sete forças principais de Deus: a força da luta, do trabalho, da providência e da afirmação positiva. Assim, para a Umbanda, Oxóssi representa uma das sete forças primordiais de Deus, pertencendo ao pólo positivo das energias espirituais, expandindo, irradiando e impelindo o seres para a construção vigorosa de seus destinos, bem como garantindo que os mais fragilizados encontrem doutrinação firme e amorosa, desenvolvendo seu saber religioso e sua fé.

A figura de Oxóssi tem origem na mitologia africana, para a qual seria um antepassado africano divinizado, filho de Yemanjá, irmão de Omulu-Obaluayê e rei da cidade de Oyó, localizada na África sudanesa - de onde provêm os povos nagô (keto, ijexá e oyó) e mina-jeje. Também é considerado o caçador por excelência; o arqueiro de uma flecha só - sempre certeira.

A Umbanda, considerada por muitos como fundada em 1908, é expressão do sincretismo ocorrido no Brasil em razão da perseguição religiosa aos cultos africanos. Por reunir elementos africanos, espiritualistas e cristãos, a figura de Oxóssi pode aparecer, muitas vezes, misturada à figura católica de São Sebastião, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e estados do demais centro -sul do Brasil, e São Jorge, no estado da Bahia.






Ritos, Símbolos e Oferendas


Por não ser uma religião codificada, a Umbanda apresenta variação de ritos, símbolos e oferendas.

Em geral, considera-se que o dia de Oxóssi é quinta-feira e seu símbolo seria o arco e a flecha em ferro fundidos.
As oferendas a Oxóssi na Umbanda - consideradas pela grande maioria de seus seguidores como ritos que potencializam a energia dos Orixás - são de elementos correlatos à do chacra do plexo solar, bem como ao comprimento de onda de cor amarela. Assim, suas oferendas haveriam de se aproximar de tal padrão energético, seja pela cor do elemento, seja por sua composição. Alguns exemplos de oferendas comuns em vários centros e tendas umbandistas: milho cozido; côco em lascas; girassol; rosas brancas; velas brancas e amarelas; cerveja; licor de caju; flores do campo; entre outros.
Por ser um orixá caçador, logo os negros o associaram a São Jorge, já que este é representado de armadura matando um dragão.



                                  Okê Arô!!!



Bibliografia:

Yorubá - Raizes de um Povo





quinta-feira, 25 de abril de 2013

Nanã Buruquê





NANÃ

Entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, existe um portal. É a passagem, a fronteira entre a vida e a morte.Sua regente: Nanã. Senhora da morte, geradora de Iku (morte). Deusa dos pântanos e da Lama. Mãe da varíola, regente das chuvas, Nanã é de origem Jeje, da religião da Dassa Zumê e Savê, no Daomé, hoje conhecida com República de Benin.
A mais temida de todas os Orixás. A mais respeitada. A mais velha, poderosa e seria. Nanã é o encantamento da própria morte. Seus cânticos são súplicas para que leve Iku – a morte – para longe e quem permite que a vida seja mantida.
É a força da Natureza que o homem mais teme, pois ninguém quer morrer! Ela é a Senhora da passagem desta vida para outras, comandando o portal mágico, a passagem das dimensões.
Nas casas de Santo, Nanã é extremamente cultuada e temida, pelo poder que ostenta. É ela a mãe da varíola e se faz presente quando existe epidemia da doença.
Nanã também está presente nos lodaçais, lamaçais, pois nasceu do contanto com água com a terra, formando a lama, dando origem à sua própria vida. Em terras da África, Nanã é chamada de Iniê e seus assentamentos (objetos sagrados) são salpicados de vermelho.
Nanã é lama, é terra com contato com a água. Nanã também é o pântano, o lodo, sua principal morada e regência.
Ela é a chuva, a tempestade, a garoa. O banho de chuva, por isso, é uma espécie de lavagem do corpo, homenagem que se faz à Nanã, lavando-se no seu elemento. Por isso, não devemos blasfemar contra a chuva, que muita vezes estraga passeios, programas, compromissos, festas e acontecimentos. A chuva é a parte da vida, que vai irrigar a terra, Se ela cai demais, é porque a força da Natureza, Nanã, está insatisfeita. E, amigo... queira ver tudo, mas não queira ver a ira de Nanã. Posso lhe assegurar que não existe nada mais feio!
Considerada a Iabá (orixá feminina) mais velha, foi anexada pelos iorubanos nos rituais tal a sua importância. Nanã é a possibilidade de se conhecer a morte para se ter vida. É agradar a morte, para viver em paz. Nanã é a mãe, boa, querida, carinhosa, compreensível, sensível, bondosa, mas que, irada, não reconhece ninguém.
Nanã é o Orixá da vida, que representa a morte. E a isso devemos o máximo respeito e carinho.
  Dados
Dia: sábado;

Data: 26 de julho;

Metal: latão;

Cor: branco com traços azuis ou roxos;
Partes do corpo: protege a barriga, o útero, a parte genital feminina, protege as mulheres gestantes;

Comida: Aberem(milho torrado e pilado do qual é feito um fubá com açúcar ou mel), mugunzá;

Arquétipo dos filhos de Nanã: tolerantes, mas implicáveis, maduros, lentos, firmes, bondosos, simpáticos, extremamente limpos e com temperamento artísticos;

Símbolo: ibiri e os bradjas ( contas feitas com búzios, dois a dois, e cruzados nos peitos, indicando ascendente e descendente)

 MITOLOGIA:

Nanã, Senhora de Dassa Zumê, mãe de Obaluaê, Ossãe, Oxumarê e Ewá, elegante senhora, nunca se meteu preocupou com o que este ou aquele fazia de sua própria vida. Tratou sempre de si e dos filhos, de forma nobre, embora tenha sido sempre precoce em tudo.
Entretanto, Nanã sempre exigiu respeito àquilo que lhe pertencia. O que era seu, era seu mesmo. Nunca fora radical, mas exigia que todos respeitassem suas propriedades.

E, mas uma vez, vemos Ogum numa historia.

Viajante, conquistador, numa de suas viagens, ogum aproximou-se das terras de Nanã. Sabia que o lugar era governado por uma velha e poderosa senhora. Se quisesse, não seria difícil tomar as terras de Nanã pois, para Ogum, não havia exercito, nem força que o detivesse. Mas Ogum estava ali apenas de passagem. Seu destino era outro, mas seu caminho atravessava as terras de Nanã. Isto ele não podia evitar e nem o importava, uma vez que nada o assustava e Ogum nada temia.

Na saída da floresta, Ogum deparou-se com um pântano, lamacento e traiçoeiro, limite do inicio das terras de Nanã. Era por ali que teria que passar. Seu caminho, em linha reta, era aquele – por pior que fosse e não importando quem dominava o lugar. O destino e objetivo de Ogum era o que realmente lhe importavam.

Parou à beira do pântano e já ia atravessá-lo quando ouviu a voz rouca e firme de Nanã:

- Esta terra tem dono. Peça licença para penetrar nela!

No que Ogum respondeu em voz alta:

- Ogum não pede, toma! Ogum não pede, exige! E não será uma velha que impedira meu objetivo!

- Peça licença, jovem guerreiro, ou se arrependerá!, retrucou Nanã com a voz baixa e pausada.

- Ogum não pede licença, avança e conquista! Para trás, velha, ou vai conhecer o fio da minha espada e a ponta de minha lança!

Dito isto, Ogum avançou pela pântano, atirando lanças com pontas de metal contra Nanã. Ela, com as mãos vazias, cerrou os olhos e determinou ao pântano que tragasse o imprudente e impetuoso guerreiro.

E assim aconteceu...

Aos poucos, Ogum foi sendo tragado pela lama do pântano, obrigando-o a lutar bravamente para salvar sua própria pele, debatendo-se e tentando voltar atrás. Ogum lutou muito, observado por Nanã, até que conseguiu salvar sua vida, livrando-se das águas pantanosas e daquela lama que quase o devorava.

Ofegante e assustado, Ogum foi forçado a recuar, mas sentenciou:

- Velha feiticeira! Quase me matou! Não atravessarei suas terras, mas vou encher este de pântano de aço pontudo, para que corte sua carne!

Nanã, impassível e calma, voltou a observar:

- Tu és poderoso, jovem e impetuoso, mas precisa aprender a respeitar as coisas. Por minhas terras não passarás, garanto!

E Ogum teve que achar outro caminho, longe das terras de Nanã. Esta, por sua vez, aboliu o uso de metais em suas terras.E, até hoje, nada por ser feito com laminas de metal para Nanã.




 Prece à Nanã Buruquê 

Mãe protetora de todos nós.  Senhora das águas opulentas.  

Deusa das chuvas benévolas.  

Deixa cair sobre nós a chuva divina da tua bondade 

fecunda e infinita.  

Salubá Nanã Buruquê! 

Purifica com tuas forças nossa atmosfera para que possamos ser envolvidos pelos teus olhos maravilhosos.  Salubá Nanã Buruquê! Salubá!


Mariene de Castro - Ponto de Nanã.

Saravá aos Pretos Velhos



Quando falamos em Preto Velho, nos vem à mente quatro palavras básicas: calma, sabedoria, humildade e caridade.Voltando no tempo, durante o período colonial brasileiro, as grandes potencias européias da época subjugaram e escravizaram negros vindos de diversas nações africanas, transformando-os em mercadorias, seres sem alma, apenas objetos de venda de trabalho.Nesse mercado, os traficantes negreiros costumavam se utilizar de maneiras diversas para conseguir arrebanhar sua “mercadoria”: chegavam surpreendendo a todos na tribo, separavam, é claro, sempre os mais jovens e fortes. Costumavam buscar os negros nas regiões Oeste, Centro-Oeste, Nordeste e Sul da África. Trocavam por outras mercadorias, como espelhos, facas e bebidas, os que eram cativos oriundos de tribos vencidas em guerra e trazendo como escravos os que eram vencidos.No Brasil, em principio os escravonegros chegaram pelo Nordeste; mais tarde, também pelo Rio de Janeiro. Os primeiros a chegarem foram os Bantos, Cabindos, Sudaneses, Iorubas, Minas e Malés.Para a África, o trafico negreiro custou caro: em quatro séculos foram escravizados e mortos cerca de 75 MILHÕES de pessoas, basicamente a parte mais selecionada da população.Esses negros, que foram brutalmente arrancados de sua terra, separados de suas famílias, passando por terríveis privações, trabalharam quase que ininterruptamente nas grandes fazendas de açúcar da colônia. O trabalho era tão árduo, que um negro escravo no Brasil não chegava a durar dez anos.Em troca de tanto esforço, nada recebiam, a não serem trapos para se vestir e pão para comer, quando não eram terrivelmente açoitados nos troncos pelas tentativas de fuga e insubordinação aos senhores. Muitas vezes, reagiam a tudo suicidando-se, evitando a reprodução, matando feitores, capitães-do-mato e senhores de engenho.O que restava ao negro africano escravo no Brasil era sua fé, e era em seus cultos que ela resistia, como um ritual de liberdade, protesto a reação contra a opressão do branco. As danças e cânticos eram a única forma que tinham para extravasar e aliviar a dor da escravidão.Mas, apesar de toda a revolta, havia também os que se adaptavam mais facilmente à nova situação. Esses recebiam tratamento diferenciado e exerciam tarefas como reprodutores, caldeireiros ou carpinteiros. Também trabalhavam na Casa Grande, eram os chamados “escravos domésticos”. Outros, ainda, conquistavam a alforria através de seus senhores ou das leis (Sexagenário, Ventre Livre e Lei Áurea). Com isso, foram pouco a pouco conseguindo envelhecer e constituir seu culto aos Orixás e antepassados, tornando-se referencia para mais jovens, ensinando-lhes os costumes da Mãe África. Assim, através do sincretismo, conseguiram preservar sua cultura e religião.ATUAÇÃO DOS PRETOS VELHOSEsses são os Pretos Velhos da Umbanda, que em suas giras nos terreiros representam a força, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referencia para aqueles que os procuram, curando, ensinando e educando, aos encarnados e desencarnados necessitados de luz e de um caminho a trilhar.Um Preto Velho representa a humildade, jamais demonstrando qualquer tipo de sentimento de vingança contra as atrocidades e humilhações sofridas no passado.Pretos Velhos ajudam a todos, independente de cor, sexo ou religião.Em sua totalidade, não se pode afirmar que as entidades que se apresentam nas giras são os mesmos Pretos Velhos escravos. Muitos passaram por ciclos reencarnatórios e podem ter sido em suas vidas anteriores médicos ou filósofos, ricos ou pobres, e, para cumprir sua missão espiritual e ajudar aos necessitados, escolheram incorporar a forma de Pretos Velhos. Outros, nem negros foram, mas também escolheram essa forma de apresentação.(grifo nosso)Muitos podem estar perguntando: “Mas então os Pretos Velhos não Pretos Velhos?”. A explicação é simples: todo espírito que já alcançou determinado grau de evolução tem a capacidade de descer sob qualquer forma passada, pois é energia pura, a forma é apenas uma conseqüência da missão que vem cumprir na Terra. Podem também, em locais diferentes, se apresentarem como médicos, Caboclos ou até Exu, depende do trabalho a que vêm realizar. Em alguns casos, se tiverem autorização, eles mesmos nos dizem quem são.MENSAGENS DE PRETO VELHOA principal cararacterística de um Preto Velho é a de conselheiro; para alguns, são como psicólogos, amigos e confidentes, para outros, são os que lutam contra o mal com suas mirongas, banhos de ervas, pontos riscados, sempre protegidos pelos Exus de Lei.A figura de um Preto Velho representa a paciência e a calma que todos sempre devemos ter para evoluir espiritualmente, essa é a sua principal mensagem.Certas pessoa costumam procurar um Preto Velho apenas para resolver problemas materiais, usando os trabalhos na Umbanda para beneficio próprio, esquecendo de ajudar ao próximo. Quanto a isso, esses maravilhosos Espíritos de Luz deixam sempre uma importante lição, a de que essas pessoas, preocupadas apenas consigo próprias, são escravas do próprio egoísmo, mas sempre procuram ajudá-las brincando de “pedir obrigações”. Mas em meio a essas pessoas, sempre haverá os que podem ser aproveitados, que em pouco tempo vestirão suas roupas brancas, descalçarão seus pés e farão parte dos trabalhos de caridade do terreiro. Essa é a sabedoria do Preto Velho, saber lapidar o que há de bom em cada um de nós.Pretos Velhos levam a força de Zambi a todos que buscam aprender a encontrar sua fé, sem julgar ou colocar pecado em ninguém, mostrando que somente o amor a Deus, ao próximo e a si mesmo, poderá mudar sua vida e seu processo de ciclos reencarnatórios, aliviando os sofrimentos cármicos e elevando o espírito. Assim fortalecem a todos espiritualmente, aliviando o peso do fardo de cada um, e cada um pode fazer com que seu sofrimento diminua ou aumente, de acordo com a forma de encarar os acontecimentos de sua vida: “Cada um colhe o que plantou. Se plantares vento, colherás tempestade. Mas, se entender que lutando poderá transformar seu sofrimento em alegria, verá que deve tomar consciência de seu passado, aprendendo com os erros, galgando o crescimento e a felicidade futura. Nunca seja egoísta, sempre passe aos outros aquilo que aprende. Tudo que receber de graça, deverá dar também de graça. Só na fé, no amor e na caridade, poderá encontrar seu caminho interior, a luz e Deus” (Pai Cipriano)APRESENTAÇÃO DA ENTIDADEO termo “Velho, Vovô e Vovó, são usados para mostrar sua experiência, pois, quando pensamos em alguém mais velho, entendemos que este já viveu muito mais tempo do que nós, com coisas para nos passar e historias para nos contar através de sua longa experiência. No mundo espiritual isso é bastante parecido, e a característica da entidade Preto Velho é sempre o conselho.Suas vestes são bem simples e não necessitam de muitos apetrechos para trabalhar, apenas da concentração e atenção de seu médium durante a consulta. Costumam usar cachimbo, lenços, toalhas e algumas vezes fumo de corda ou cigarro de palha.Sua incorporação não necessita de dançar ou pular muito. A vibração começa com um “peso” nas costas, fazendo com que o médium incline o corpo para frente, sempre com os pés bem fixos no chão. Andam apenas para as saudações ao Atabaque, Conga e Babalorixá. Atendem sentados praticando sua caridade. Raras às vezes alguns mantêm-se em pé.Sua simplicidade se manifesta em sua maneira de ser e de falar, sempre usando um vocabulário simples. A maneira carregada com que falam é para mostrar que são bastante antigos.A Linha de Preto Velho possui suas características gerais, mas cada médium tem uma coroa diferente, determinando as diferenças entre os Pretos Velhos.As diferenças ocorrem porque cada Preto Velho trabalha em nome de um Orixá, utilizando a essência de cada força da natureza em sua atividade. Essas diferenças são facilmente percebidas na forma de incorporação.

Oxum


OXUM

Oxum genitora por excelência, ligada particularmente à procriação. Deusa das águas doces reina sobre os rios, também divindade do ouro e dos metais amarelos.  Vaidosa, foi a segunda esposa de Xangô, tendo vivido anteriormente com OgunOrunmilaiá ,Odé Oxossi. Maternal, carinhosa e muito afeita às crianças, amante da beleza e do adorno.
Também é chamada de Iyálòóde, título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre todas as mulheres da cidade.       
Oxum representa a mãe da criação que toma conta dos filhos dos outros em gestação até o décimo sexto dia de nascimento.
Diz-se que ela é provedora, atende as necessidades dos outros e que, portanto, merece o reconhecimento dado a uma mãe :Rora Yeyé Gbémi! Mãe Grandiosa, Proteja-Me.
Orixá que recebe o nome de um rio da Nigéria, em Ijexá e Igebú.
Á Oxum pertence o ventre da mulher e ao mesmo tempo controla a fecundidade, por isso as crianças lhe pertencem.
Dona da água doce, gosta de usar colares, joias, brincos de ouro e tudo que se relaciona com a vaidade, flores, etc.



Poder claramente relacionado com a fecundidade, é personagem de um mito muito conhecido em que um simbolismo transparente mostra que mesmo Oxalá supera o tabu da menstruação para prosternar-se aos seus pés. Transformando em penas vermelhas o papagaio da costa, o sangue que gotejava do corpo de uma sacerdotisa.
Por um lado é a moça faceira e sedutora, por outro preside os mistérios femininos, a maternidade, a magia, profundezas da imaginação, a riqueza, crescimento e a fecundidade.
Oxum a estrela, mostrando sua luz na imensa escuridão da mente humana.
Oxum, a senhora das águas doces, e de parte das águas do mar, é aaiabá da beleza, da fertilidade, da feminilidade e do charme.
Poderosa rainha que conquistou o coração de Xangô também de Bará, ou Ogum, recebendo o nome de Ápara sendo muito semelhante com Iansã.
Dona de uma elegância e de uma astúcia surpreendente.
Dama da mais alta hierarquia.
Foi ela que criou a galinha da angola, ave que por ter o corpo pintado e ostentar um osu na cabeça é tido como feito -iniciado- .
Entidade da medicina curativa, madrinha da procriação e da gestação que toma sob sua proteção todos os seres humanos desde a concepção até que comecem a andar e adquirir conhecimento.
Evita abortos e complicação durante a gravidez.
Oxum é a água que produz todas as qualidades de som, a senhora doIjexá.
A graciosa rainha, cuja idés de ouro imitavam o burburinho das cascatas.
Ela se vestia de ouro e de bronze, tinha dentes belos e era muito elegante e esperta.
Cantava muito lindo.
Quem queria ter dinheiro pedia a Oxum que ela dava.
Oxum meticulosa cozinheira.



É a graciosa mãe das águas profundas, divindade dos rios, fontes e regatos.
Orixá que enfeita seus filhos com ouro e fica muito tempo no fundo das águas gerando riquezas.
Que conhece o segredo, o segredo da vida, nas não o revela.
Mãe procriadora, está associado a fisiologia feminina presidindo a menstruação, gestação e nascimento. É considerada a dona do ovo, símbolo da fertilidade, a maior célula viva, e que evoca a ideia de fartura e riqueza.
Em um das suas qualidades, tem-se Oxum Apara senhora das águas frescas, dotada de força positiva, guerreira que, ao se fazer presente, rodopia como o vento, sem que possamos vê-la, apenas ouvi-la, com sua voz afinada que se assemelha ao canto do ègá.
É sensual, exibicionista, consciente de sua rara beleza. Se utilizadesses atributos com jeito e carinho para seduzir as pessoas e conseguir seus objetivos.
Dança de preferência sob o ritmo de sua terra: Ijexá. Sua dança lembra o comportamento de uma mulher vaidosa e sedutora.
Ela faz a qualquer um o que o médico não faz, é a Orixá que cura o doente com a água fria.
Se cura a criança, não apresenta honorários ao pai.
É a Orô, um pássaro que tem uma pena brilhante na cabeça, e aYalodê, que ajuda as crianças a terem uma mãe.
Manda a cabeça má ficar boa.
Oxum é doce e poderosa como Oni.
Oxum não concede as más coisas do mundo. Ela tem remédios gratuitos e faz as crianças tomarem mel. 
Quando Orumilá estava criando o mundo, escolheu Oxum para ser a protetora das crianças. Ela deveria zelar pelos pequeninos desde o momento da concepção, ainda no ventre materno, ate que pudessem usar o raciocínio e se expressar em algum idioma. Por isso, Oxum éconsiderada o orixá da fertilidade e da maternidade.
Por sua beleza, Oxum também é tida como a deusa da vaidade, sendo vista como uma orixá jovem e bonita, mirando-se em seus espelhos e abanando-se com seu leque, abebê.
Governa as ervas antissépticas e desinflamatórias. Seu domínio é subsolo do universo, suas características são a vaidade e a faceirice. 
Mãe ancestral suprema, Oxum é considerada a patrona dos peixes, mas é também representada pelos pássaros. O ovo é um dos seus símbolos.



Mitologia


"Iya Mi Ti To So Oku De À Iy É” -ela transforma a morte em vida.

Odi Ona Ku Ita Ò Run” - ela fecha o caminho da morte.

Sempre que Oxalá queria saber de algo, consultava Ifá, o Senhor da adivinhação, para que ele visse o destino  a ser seguido. Ifá, por sua vez, sempre dizia à Oxalá:
- Pergunte a Bará, pois ele tem o poder de ver os búzios!
E este acontecimento se repetia a cada vez que Oxalá precisava saber de algo.
Isto intrigou Oxum, que pediu ao pai para aprender a ver o destino. E Oxalá disse à filha:
- Oxum, tal poder pertence a Ifá, que proporcionou a Bará o conhecimento de ler e interpretar os búzios. Isto não posso lhe dar!
Curiosa Oxum procurou, então, uma saída. Sabia que o segredo dos búzios estava com Bará e procurou-o para lhe ensinasse.
- Ensina-me, Bará ! Eu também quero saber como se vê o destino.
Ao que Bará respondeu:
- Não, não! O segredo é meu, e me foi dado por Ifá. Isso eu não ensino!
Bará estava intransigente. Oxum sabia disso e sabia que não conseguiria nada com ele.
Partiu, então, para a floresta, onde viviam as feiticeiras Yámi Oxorongá.
Cuidadosa, foi se aproximando pouco a pouco do âmago da floresta. Afinal, sua curiosidade e a decisão de desbancar Bará eram mais fortes que o medo que sentia.
Em dado momento deparou-se com as Yámi, empoleiradas nas árvores. Entre risos e gritos alucinantes, perguntaram À jovem Oxum:
- O que você quer aqui mocinha?
- Gostaria de aprender a magia! Disse Oxum, em tom amedrontado.
- E por que quer aprender a magia?
- Quero enganar Bará e descobrir o segredo dos búzios!
Mas advertiram que, sempre que Oxum usasse o feitiço, teria que fazer-lhes uma oferenda. Oxum concordou e partiu.
Em seu reino, Oxalá já se preocupava com a demora da filha que, ao chegar, foi diretamente ao encontro de Bará. Ao encontrar-se com este, Oxum insistiu:
- Ensina-me a ver os búzios, Bará?
- Não! Foi sua resposta.
Oxum, então, com a mão cheia de um pó brilhante, mandou que Baráolhasse e adivinhasse o que tinha escondido entre os dedos.
Bará chegou perto e fixou o olhar.
Oxum, num movimento rápido, abriu a mão e soprou o pó no rosto deBará, deixando-o temporariamente cego.
Ai! Ai! Não enxergo nada, onde estão meus búzios? Gritava Bará.
Oxum, fingindo preocupação e interesse em ajudar, disse a Bará :
- Eu os procuro, quantos búzios, formam o jogo?
- Ai! Ai! São 16 búzios. Procure-os para mim, procure-os!
- Tem certeza de que são 16, Bará ? E por que seriam 16?
- Ora, ora, porque 16 são os Odus e cada um deles fala 16 vezes, num total de 256.
- Ah! Sei. Olha, Bará, achei um, ele é grande!
- É Okanran! Ai! Ai!  Não enxergo nada!
- Olha, achei outro, é menorzinho.
- É Eji-okô, me dê, me dê!
- Ih! Bará. Achei um compridinho!
- E Etá-Ogundá, passa para cá....
E assim foi, até chegar ao ultimo Odu.

Inteligente, Oxum guardou o segredo do jogo e voltou ao seu reino.
Atrás de si, deixou Bará  com os olhos ardidos e desconfiados de que fora enganado.
Hum! Acho que essa garota me passou para trás!
No reino de Oxalá, Oxum disse ao seu pai que procurara as Yámi, que com elas aprendera a arte da magia e que tomara  de Bará  o segredo do Jogo de Búzios.
Ifá, o Senhor da adivinhação, admirado pela coragem e inteligência de Oxum, resolveu dar-lhe, então, o poder do jogo e advertiu que ela iria regê-lo juntamente com Bará .



 ARQUÉTIPO


A Orixá Oxum transmite a seus filhos energia, vibração que esta relacionada com ela, portanto seus filhos acabam por ter a personalidade influenciada  e manifesta tanto de maneira positiva como negativa.
As filhas e filhos da entidade Oxum, não se zangam com facilidades.
Não gostam de brigas.
Não sabem recusar. Adoram crianças pequenas.
Algumas são ambiciosas, adoram o luxo, o conforto e a riqueza, julgam que para vencer na vida consiste em usar seus encantos para conseguir o que querem.
Feminina, sensual, ingênua, dócil e infantil, desejosa de curar, ajudar e cuidar dos fracos.
Afetividade, familiaridade, concordância, maternidade, altruísmo, tendo seu destacado lado inverso: maledicência, seu lado intrigante, hipócrita, mentirosa, interesseira.
É bom esclarecer que o comportamento também sofre a influência do orixá que faz a dualidade com ela e claro a cultura, educação e orientação individual.
Podemos acrescentar que são meigas, sedutoras, com voz suave, olhos brilhantes, sorriso alegre, um rosto inocente, mulheres sensuais como já disse e voluptuosas.
Os homens também sofrem o efeito desta energia quando ela faz polaridade com a entidade principal do homem, claro que existem muitos casos em que ela é a principal, pelo menos é a que tem a atuação mais forte, e, isto ocorre principalmente quando o homem é filho de determinados Oxalá, OssaimOdé, tornando-os pessoas extremamente emotivas, instáveis, inconstantes, podendo ser infiéis, levianos, fúteis.
Algumas filhos ou filhas são ingênuos, crédulas, infantis, preguiçosos, moles, indecisos,precisando sempre de um sacudidão.
Não se zangam com facilidades. Não gostam de brigas. Não sabem recusar. Mas se pegarem alguém para inimigo vão ao extremo. Tornando-se principalmente caluniadores e mentirosos.
Muito criativos e péssimos competidores. Trapaceiros.
As pessoas que sofrem a influência da energia Oxum, são pessoas muito apegadas a beleza física. Narcisistas.
Colocam a aparência em primeiro lugar.
Gostam de serem observadas, são extremamente vaidosas.
Se preocupam com que os outros vão pensar e falar.
Quase sempre preveem acontecimentos futuros, distinguem sinceros amigos com simples trocas de palavras.
Muito sentimentais, ofendem-se com facilidade, mas não costumam expor suas feridas.
Gostam de trabalhos manuais onde sua adaptação é rápida e possa ser admirada pelos outros.
Inclinadas a arquitetura, às ciências ocultas, religiões, comércio, eletricidade, publicidade, culinária, desenho.
Meigas, mas rancorosas aos extremos.
Ciumentas em demasia.
Seu ponto fraco fisicamente são a garganta e o aparelho genito-urinário. Também neste ponto sofrem a influência negativa do orixá de parceria.
São de estatura mediana, corpo mais franzino que de outros orixás femininos e masculinos.
Possuidoras de grande sensibilidade espiritual, via de regra boas espiritualistas.



ENTIDADE DE LIGAÇÃO


Exu Veludo : ligado a Oxum, atua nas cachoeiras, rios, lagos, penitenciárias e maternidades.
Exu Veludo Sagathana ) assistente direto do exu Rei das sete encruzilhada, possui vibrante força magnética.
Sua apresentação é a do mais fino cavalheiro, ricamente vestido num belo traje com gola de veludo, e um fino cachecol da mais pura seda de cor vermelha, também usa uma capa de veludo preta, forrada com cetim vermelho.
Prefere conhaque de gengibre, sempre servido em uma pequena bandeja.
Gosta de trabalhar só ou com uma pomba-gira.
Seus pés têm formato de pés de cabra.


Qualidades

As Oxuns ligadas as fontes são levianas, jovens.
As Oxuns ligadas ao mar são traiçoeiras, maduras.
As Oxuns ligadas as águas profundas são honestas, velhas.
As Oxuns ligadas ao pântano são feiticeiras.


ABALU ,Agba ilu -  É uma velha Oxum, a mais idosa de todas, e chefe das mulheres. Maternal avó amorosa é uma mulher que tem numerosos filhos e netos. Mas é bastante severa e autoritária. Usa azul claro. E abèbé.




ABOTO  -  Oxum  muito jovem e vaidosa, que usa colares de contas de louça amarelo claro.




AJAGURA,  - Oxum   guerreira que leva espada, jovem, casada com Aganju, rival de Iansã. Representa um tipo semelhantea Apará; Apara parece, porém mais agressiva, e Ajuguramais orgulhosa.




AJÍMU  -  Ijimu ou Jimu -  é outro tipo de Oxum  velha. Veste-se de azul claro ou cor de rosa. Leva abèbé e seus colares são feitos de contas de cristal amarelo escuro. Representa um tipo semelhante a Abalu, mas talvez mais meiga.



APARÁ  -seria a mais jovem das Oxum, e um tipo guerreiro que acompanha Ogun ou Xangô vivendo com ele pelas estradas; dança com ele quando se manifestam, juntos numa festa; leva uma espada na mão e pode vestir-se de cor de rosa.



AYALÁ ou Alanlá -  a avó que foi a mulher de Ogum. Uma das mais velhas que também tem ligação com as bruxas




ÊWUJ Í  é uma Oxum  maternal e generosa, saudada no pàdé.






IJUMÚ  - rainha entre todas as Oxuns, tendo estreita ligação com as Iyami-Ajé. Essa estreita ligação é que faz com queas Oxuns alcancem a vitória em suas brigas ou vinganças.




OXOGBÔ  - recebe o nome de uma importante cidade Iorubá. É a ela que devem se dirigir todas as mulheres que queiram dar à luz ou que procuram saúde para toda a gestação.




POPOLÓKUM - que reina nas lagoas.





YEYÉ IBERIN - feminina e elegante.





YEYE KARÉ -  é um tipo de Oxum mais velha, autoritária é guerreira e agressiva.





IYANHÁ  , casada com Ogum Algbedé, Ogum da forja.





IYA OMI -   é a Oxum  saudada no siré, também idosa. É aquela que faz as perguntas a Bará no jogo divinatório de Ifá.




YEYE ODO  é a Oxum  das fontes reina nas nascentes dos rios.





YEYE OGA  é uma Oxum  velha e rabugenta.






YEYE OKE  - é  a mesma que Yeye Loke, tipo muito guerreiro,mulher de Odé Oxossi .





YEYÉ OLÓKO - que vive nas florestas.





YEYÉ ONIRA – Oxum guerreira .





YOPONDÁ  é também uma Oxum guerreira, casada com odé iIboalama, mãe de Logun Edé . Yeye Pondá é a verdadeira Oxum  ijexá. Vive no mato com o marido, leva uma espada e veste-se de amarelo ouro. E desconfiada, astuta,  rica, bela observadora, intuitiva.



- YEYE IPETU  - ingênua e sensual.Vaidosa, maternal, sensual, esposa mais rica do rei de Oió.








Òsun Òpàrà

Yèyé Òpàrà !
Yèyé Opàrà !

Obìnrin  Okùnrin  Òsun
Oxum é uma mulher com força masculina.

 Sèrí  Ègà.
Sua voz é afinada como o canto do ega.

Yèyé Olomi Tútú.
Graciosa mãe, senhora das águas frescas.

Opàrà Òjò Bíri Kalee.
Opàrà, que ao dançar rodopia como o vento, sem que possamos vê-la.

Agbà Obìnrin  Gbogbo Ayé N'pe Sìn.
Senhora plena de sabedoria, que todos veneramos juntos.

Ó  Sònpònná  Pétékí.
Que como pétékí com Sapanã.

 Alágbára Ranyanga Dìde.
Que enfrenta pessoas poderosas e com sabedoria as acalma.



prece


Orá iiê Oxum,
Salve dourada senhora da pele de ouro,
benditas são suas águas, e essas mesmas águas lavam meu ser, e me livram do mal.
Oxum, Divina Rainha, bela orixá,
venha a mim caminhando na Lua cheia.
Traga mãe, em suas mãos, os lírios do amor e da paz.
Torne-me doce, sedutora, suave, como és.
Mamãe Oxum, me proteja, orixá.
Que o amor seja constante em minha vida.
Que eu possa amar a tudo que existe.
Me proteja contra as mandigas e feitiçarias.
Dê a mim o néctar da sua doçura.
E que eu consiga (faça o pedido).
Mãe de ouro, da beleza e do amor,
senhora do mais puro Axé,
valha-me hoje e sempre.



curosidades

FRASE DE IMPACTO:            Rora yéyé,gbémi
Mãe grandiosa, proteja-me 



Animais  : Cabra , galinha, angolista, pombo, pata, bode castrado.


Atuação : Amor, fertilidade.



Comida Votiva : Omolocum.
-Omolokun - feijão fradinho, camarão e ovos cozidos.
-Ipetè - massa de inhame cozida temperado com cebola e camarão seco
-Ariokô - feito com feijão fradinho, galinha e mel.
-Wuado - milho torrado e moído com mel.
-Moinmoin - parecido com o vatapá.

Cor: Todos os tons de amarelo, a escolha do tom depende da característica da MãeCores: dourado, amarelo, azul escuro

Dia :  Sábado.


Doenças : doenças venéreas femininas, abortos, infertilidade.


Elemento : Água doce.


Emblema : abebé.


ERVAS :

Abiu-abieiro: Sem uso na liturgia, tem folhas curativas e as casca da árvore cozidas tem efeito cicatrizante.

Agrião-do-Pará – Jambuaçu: É usado nas obrigações de cabeça e nosabô, para purificação de filhos. A medicina caseira usa-o para combater tosses e corrigir   carência de vitamina C , também é excitante.

Alfavaca-de-cobra: É usada em todas as obrigações de cabeça.  A medicina caseira a indica como combatente ao mau-hálito.

Arapoca-branca: Suas folhas são utilizadas nas obrigações de cabeça, sacudimentos pessoais.  Na medicina caseira utiliza as folhas como antitérmico, contra febres. 

Arnica-montana: Na medicina popular e muito usada, após alguns dias de infusão no otin ,cachaça. Age como cicatrizante, recompondo o tecido lesado nas escoriações.

Azedinha - Treco-azedo – Três corações: É popularmente conhecida comotrês-corações, sem função ritualística, é apenas empregada na medicina popular como: combatente da disenteria, eliminador de gases e febrífugo.

Bananeira: Muito empregada na culinária dos Orixás. Suas folhas forram o casco da tartaruga, para arriar-se o ocaséo a Oxum. A medicina caseira prepara de sua seiva um xarope de grande eficácia nos males das vias respiratórias ou doenças do peito.

Brio-de-estudante – Barbas-de-baratas: Desta erva apenas a raiz é utilizada.  Na medicina popular utiliza o chá, meia hora antes de dormir, para ter sono tranquilo.

Caferana-alumã: São utilizadas nas aplicações de cabeça  . Usado na medicina popular como laxante, fazendo uma limpeza geral no estômago e intestinos, sem causar danos é ótima combatentes; poderoso vermífugo e energético tônico.

Camará-cambará: Utilizada em quaisquer obrigações de cabeça e nos banhos de purificação. A medicina caseira a emprega muito em xarope, contra a tosse e rouquidão e ainda põe fim às afecções catarrais.

Camomila-marcela:  É usada nos banhos de descarrego  . No uso popular é de grande finalidade em lavagens intestinais das crianças, contracólicas e regularizadora das funções dos intestinos. O chá das flores é tônico e estimulante, combate as dispepsias e estimula o apetite.

Cana-fístila – Chuva-de-ouro: Aplicada nos abô e nas obrigações de cabeça, usada também nos banhos de descarrego dos filhos de Oxum. Seu uso popular é contra os males dos rins, areias e ardores. O sumo das folhas misturado com clara de ovo e sal mata impigens.

Chamana-nove-horas – Manjericona: Usada em obrigações de cabeça e nos banhos de purificação dos filhos de Oxum. O povo a utiliza em disenterias.

Erva-cidreira – Melissa: Sem uso na liturgia, sua aplicação se restringe ao âmbito da medicina caseira, que a usa como excitante e antiespasmódico, enérgico tônico do sistema nervoso. O chá feito das folhas adocicado ou puro combate as agitações nervosas, histerismos e insônia.

Erva-de-Santa-Maria: São empregadas em obrigações de cabeça e em banhos de descarrego. Como remédio caseiro é utilizada para combater lombrigas  das crianças, também é ótimo remédio para os brônquios.

Ervilha-de-Angola – Guando: É empregada em quaisquer obrigações. O povo usa as pontas dos ramos contra hemorragias e as flores contra as moléstias dos brônquios e pulmões.

Fava-pichuri: No ritual da Umbanda e do Candomblé, usa-se a fava reduzida a pó, o defumações que trazem bons fluidos e afugentaEguns. O povo usa o pó na preparação de chá, que é eficaz nas dispepsias e diarréias.

Ipê-amarelo: Aplicada somente em defumações de ambientes. Na medicina popular é usada em gargarejos, contra inflamações da boca, das amígdalas e estomatite. O que vai a cozimento são a casca e a entrecasca.

Essência: Angélica.


Ferramentas : Leque e correntes douradas.


Frutas : Mamão, banana ouro, melão amarelo  e bergamota. 


Kizilas : Barata, peixe de pele, cajá, carambola.


Libação : Espumante .


Metal : Cobre, ouro.


Natureza : Água doce.


Oferenda : Canjica amarela cozida e quindim e   omolucum.


Número : 08 e seus múltiplos.


Ponto De Força : Rios e cachoeiras.


Saudação : Ora Ye ye o.

                                                          
SímboloAbebe.